O Norte de Minas Gerais:
Nós: os Conterrâneos, somos popularmente
conhecidos por “nordestinos”, e nos
referimos a nós próprios por “nordestinos”, ( ou somos induzidos a nos
aceitarmos como tal : PESSOAS GEOGRÁFICAS
Mas, conforme estabece um dos nossos
Axiomas do Conterranismo: ‘nem todo nordestino é conterrâneo, e nem todo conterrâneo é
nordestino’.
Ao contrário dos estados, dos países, e das pessoas, a
cultura não obedece fronteiras. Prova disso é a região
norte/nordeste do estado de Minas Gerais, e suas características geográficas,
físicas, climáticas, culturais, musicais, folclóricas, raciais, sociais, etc,
semelhante a toda região nordeste e seus estados.
Por seus hábitos, seus usos e costumes, por sua
cultura e características pessoais, os norte-mineiros são conterrâneos.
Os Norte-Mineiros
são tão ‘CONTERRANEOS’ quanto são CONTERRANEOS, grande
parte dos nordestinos, dos paraenses, e nortistas em geral, dos paulistanos,
cariocas, brasilienses, ( ou candangos), capixabas,goianos etc,...
Eis porque, não devemos
“nordestinizar” o nosso povo, e muito menos a nossa cultura, que é totalmente
nacional, presente em todo o Brasil.
A nossa cultura
conterrânea tem suas origens na região nordeste, mas suas raízes
folclóricas, estão firmemente fincadas no sertão, a
grande zona ou região do interior do Brasil, que se estende do nordeste de
Minas Gerais até o Maranhão.
Aliás, a CULTURA CONTERRANEA,
que tem suas origens no Piauí, parece se estabelecer
mais fortemente nas terras da caatinga, o
nosso bioma natural (cultural,) pois onde há a caatinga, há o homem
conterrâneo, ou a pessoa conterrânea, e há também a nossa
cultura.
É o que acontece na região norte de
Minas Gerais.
Os
mesmos elementos culturais, folclóricos, espirituais ou religiosos, físicos,
naturais, musicais, artísticos, etc, encontrados no sertão, em sua “porção
nordestina”, também são encontrados em sua “porção mineira” a seca, o rio São
Francisco, a caatinga, o mandacaru, o xique-xique, a rapadura, o requeijão, a
farinha de mandioca, a tapioca, as cachaças, os pratos, os sabores, as festas
de São João, o congado, o repente de viola (ou a cantiga de viola), os
violeiros repentistas, os sanfoneiros, os rabequeiros, os trios de forró
pé-de-serra, os forrozeiros e as forrozeiras, o forró, os
tecladistas, os artistas do forró, as bandas de forró, as produtoras, e os
produtores forrozeiros, os programas de forró e os radialistas forrozeiros, os
conterrâneos, os lavradores, os imigrantes, os vaqueiros, as vaquejadas, as
dificuldades sociais, o coronelismo, o abandono das autoridades, o preconceito,
a discriminação, a injustiça social, e a infame CONTERRANOFOBIA.
Há cidades maravilhosas como Montes
Claros, Teófilo Otoni, Januária, Jequitinhonha, Salinas, Janaúba, São
Francisco, Almenara, Pirapora, Espinosa, Manuque, Divisa Alegre, Coração de Jesus,
Brasília de Minas, Porteirinha, Taiobeiras, Araçuaí, Capelinha, Bocaiuva, Novo
Cruzeiro, Minas Novas, etc.
Há também conterrâneos como Teo
Azevedo, Saulo Laranjeiras, Marimbondo Chapéu, Zé Côco, Edmilson Batista, Diego
Santos, Ceian Muniz, Joel Mineirinho, Zé Artur, Washington Brasileiro, Roberto
Trevisan, e outros milhões de norte mineiros, tão conterrâneos quanto os
conterrâneos nordestinos, ou de qualquer outro lugar do Brasil.
Um forte oxente a todos os nosso
irmãos e irmãs, do norte de Minas Gerais.
Do futuro estado de São Francisco, ou
Minas do Norte, do qual taremos numa futura edição.
LUCIO-X
, O POETA DO CONTERRANISMO